Fehoesgo, CROGO e Soego promovem palestra sobre Gerenciamento de Resíduos

Foi realizada na noite do último dia 4, quinta-feira, palestra sobre  “Gerenciamento de Resíduos”, na sede do CROGO,

Cerca de 50 profissionais da Odontologia acompanharam a palestra sobre Gerenciamento de Resíduos. (Foto: Rodrigo N. Leles)

Cerca de 50 profissionais da Odontologia acompanharam a palestra sobre Gerenciamento de Resíduos. (Foto: Rodrigo N. Leles)

Foi realizada na noite do último dia 4, quinta-feira, palestra sobre  “Gerenciamento de Resíduos”, na sede do CROGO, em Goiânia. O evento, direcionado aos profissionais de Saúde, foi uma realização do Conselho, do Sindicato dos Odontologistas no Estado de Goiás (Soego) e da Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Fehoesg) – confira aqui as fotos da atividade no Facebook.

Quem ministrou a palestra foi a professora Luciene Paiva da Silva Potenciano, especialista em Enfermagem do Trabalho e Controle de Infecção Hospitalar, Sesmt/GO – SES (Secretaria Estadual de Saúde), consultora técnica de enfermagem da Fehoesg e coordenadora do Grupo de Estudo NR-32 do SINDHOESG. Segundo ela, a motivação da palestra é o trabalho que vem sendo desenvolvido pela coordenadora das Auditorias do Trabalho nos Estabelecimentos de Saúde Pública e Privada da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás (SRTE/GO), Jacqueline Carrijo, no sentido de corrigir o descumprimento da NR-32 e RDC-306 junto a hospitais, clínicas odontológicas, laboratórios e até clínicas de estética. A ação conjunta envolve a Auditoria do Trabalho, Conselho Regional de Enfermagem, Vigilância Sanitária, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal e Advocacia Geral da União.

“Nosso problema hoje, e este é o motivo pelo qual estamos aqui, é a deficiência de como o transporte deste resíduo está sendo realizado hoje pela Comurg, que está expondo o trabalhador desta empresa pública em risco de acidente. Pelo fato da Comurg não estar conseguindo resolver este problema, nós estamos aqui sugerindo que os odontólogos acompanhem de que forma este trabalhador da Comurg está conduzindo o lixo dele. O lixo não termina quando você o entrega ao coletor, mas sim quando ele é queimado ou chega à sua destinação final. O que nós queremos é que, por meio da atenção, fiscalização e organização destes setores – hospitais, clínicas odontológicas e de estética e laboratórios – nós façamos com que a Comurg se adeque, transportando e dando a destinação correta ao resíduo”, explica.

O público participante foi composto, especialmente, de odontólogos, gestores, técnicos de Segurança do Trabalho, empregados responsáveis pela higienização e limpeza e pelo Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, além de profissionais que prestam serviços em Odontologia.

Na avaliação do presidente do CROGO, Jean-Jacques Rodrigues, o gerenciamento de resíduos é um ponto que demanda muita responsabilidade e seriedade. “Nós temos uma responsabilidade social, que é com o meio ambiente, e com a sociedade. E temos que ver a melhor forma de atingir esses objetivos: conseguir dar um destino adequado a esses resíduos. São resíduos diferenciados, com a possibilidade de contaminação.”

Jean-Jacques diz que há um descaso do poder público, principalmente nas cidades do interior, no que se refere aos resíduos. “A grande maioria dos municípios do estado não cumpre a lei e não fez os seus aterros sanitários dentro do prazo legal. Os profissionais do interior têm que contratar uma empresa terceirizada, porque o município não dá condições para que o seu resíduo fique no próprio município. Isso é um caso sério.”

No setor público, segundo o Jean-Jacques, o que se vê é uma precariedade do trabalho. “Diante dessa precariedade, os cirurgiões-dentistas têm dificuldades na elaboração desses planos (de gerenciamento de resíduos) e também na execução.”

De acordo com o presidente do Soego, José Augusto Milhomem, o processo de gerenciamento de resíduos atinge todo o estado, não só a Capital. “Aqui em Goiânia, por exemplo, não sabemos ainda como isso vai ser tratado.” Ele defende que o poder público assuma esse trabalho. “Isso é um problema de saúde pública e deve ser tratado pelo poder público. É o caminho mais seguro”, ressalta.

Sem espaço
De acordo com a palestrante Luciene Paiva, primeiramente, é preciso segregar corretamente o lixo. “Segregar o infectante do lixo infectante e o lixo comum do lixo comum. A partir do momento que se segrega o lixo corretamente, parte-se para a forma de conduzi-lo até o abrigo: se vai ser construído de metalon ou seguir a exigência da RDC 306, que trata da questão da alvenaria.”

Porém, segundo a enfermeira do trabalho, o que se tem observado é que tanto as clínicas odontológicas como as dos laboratórios não têm espaço para construir um abrigo como determina a RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 306, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Já tem uma Comissão de Resíduos da Fehoesg, que vai chamar a Odontologia para sentar e tentar entrar num acordo. Segundo a RDC 306, o responsável pelos resíduos é o profissional que o gerou. “Esse profissional é o responsável pelo destino final e acompanhamento dos resíduos”, pontua Luciene.

Ela acredita que os odontólogos e responsáveis por suas clínicas devem acompanhar de que forma esse trabalhador da Comurg conduz o lixo dele. “Porque o lixo não termina quando se entrega para a Comurg; termina quando há a queima desse produto ou onde ele será colocado”, ressaltou.

Confira aqui o material normativo que pode orientar o Cirurgião-Dentista a gerenciar, corretamente, seus resíduos:

:: Palestra Dra. Luciane Paiva no CROGO

:: Termo de cooperação técnica lixo – MPF/GO

:: Termo de notificação lixo – SRTE/GO

:: Manual de Gerenciamento de Resíduos

:: LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010 – Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998;

:: RESOLUÇÃO No 358, DE 29 DE ABRIL DE 2005 – Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde;

:: Resolução – RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004 DOU, de 10/12/2004 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços;

:: Palestra NR 32 – Riscos Biológicos (Guia Técnico)

:: Procedimento Operacional SRTE/GO – Lixo Hospitalar

:: Ofício SRTE/GO – Fehoesg.

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