Terminou sem acordo a reunião da Prefeitura de Goiânia com o fórum dos trabalhadores sobre o pagamento do reajuste da data-base para todos os servidores, retroagindo a maio do ano passado.

Nessa semana, a Câmara de Goiânia deve apreciar os vetos do prefeito Paulo Garcia (PT) às emendas do projeto que estabeleciam a universalização e a retroatividade do reajuste. Os vereadores já sinalizaram a possibilidade de derrubar os vetos, atendendo à pressão dos trabalhadores.

A expectativa era de que o Executivo propusesse uma forma de pagar a data-base amenizando o impacto nos cofres da Prefeitura. Ao invés de negociar um parcelamento – como era esperado pela categoria –, os secretários de Governo, Osmar Magalhães; e de Gestão de Pessoas, Paulo César Fornazier, expuseram com o líder do prefeito na Câmara de Goiânia, Carlos Soares (PT), a situação financeira do Paço, apresentada como inviável para custear as medidas.

Se os vetos do prefeito forem mantidos, o reajuste de 6,28% atingirá somente trabalhadores da Educação, administrativos e operacionais. A oposição no Legislativo municipal já manifestou interpretação de que restringir o reajuste a apenas uma parcela de servidores é inconstitucional.

Nem o prefeito Paulo Garcia, que cumpria agenda em Brasília, nem o secretário de Finanças, Jeovalter Correia, que esteve no Paço durante a tarde, participaram do encontro com os representantes dos servidores municipais.

As lideranças sindicais deixaram claro que não vão recuar do direito ao reajuste e inclusive falaram da data-base de 2015.

A Prefeitura prometeu fazer uma proposta ao Fórum dos Trabalhadores ainda hoje, antes da votação dos vetos pelo Legislativo, prevista para amanhã. Para pressionar os vereadores a rejeitarem os vetos do prefeito, os servidores municipais preparam mobilização amanhã, em frente à Câmara, às 9 horas, quando inicia a sessão plenária.

Reforma administrativa
O Paço ainda não conseguiu terminar o texto da reforma administrativa para encaminhar ao Legislativo municipal. A agenda de Paulo Garcia em Brasília, ontem, e a discussão do pagamento da data-base antes da votação do projeto na Câmara foram tidas como prioridades pelo Executivo e acabaram servindo de obstáculo para a discussão da matéria, antes prevista para ser entregue na volta das sessões plenárias, com o final do recesso dos vereadores, na semana passada.

Como o prefeito viaja hoje à noite para a Espanha e só volta na semana que vem, há a possibilidade de que o secretário de Finanças, Jeovalter Correia, consiga finalizar o trabalho a tempo de o petista assinar o projeto, que deve passar pela Casa Civil antes de chegar à Câmara.

Seguindo o rito de conversar com todo o secretariado antes da entrega da reforma, o titular de Finanças recebeu em seu gabinete ontem, no fim da tarde, a secretária de Pessoas com Deficiência ou Mobilidade Reduzida, Cidinha Siqueira. A pasta dela deixa de existir com a aprovação da reforma. Embora Paulo Garcia tenha anunciado que serão mantidas as políticas das secretarias extintas, Jeovalter não adiantou à secretária de que forma as demandas da pasta serão incorporadas à nova Secretaria de Direitos Humanos nem o destino de Cidinha em relação ao Paço.

O secretário Paulo Cézar Fornazier também esteve no gabinete de Jeovalter após a reunião com o Fórum dos Trabalhadores. Além de tentar concluir a reforma até a tarde de hoje, o secretário de Finanças precisa apresentar as possibilidades de parcelamento da data-base a fim de que a Prefeitura tenha em mãos uma proposta para apresentar ao grupo que representa os servidores.

Fonte: Luís Gustavo Rocha – Jornal O Popular (24/02/2015)

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